17 de maio, 2022 • 6 minutos de leitura Recebeu essa edição de alguém? Clique aqui para receber a Digital Skills toda semana.
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Na edição de hoje:
Ignorar o desenvolvimento de soft skills pode se tornar um problema de carreira;
Como você pode desenvolver habilidades assistindo Netflix
Adalberto Silvestre, do TikTok, explica como as soft skills são indispensáveis para quem quer liderar times de sucesso.
A TECNOLOGIA PRECISA DE HUMANIDADES
Você talvez já tenha se deparado com a pergunta sobre ser uma pessoa “de humanas” ou “de exatas”, ou mesmo com a ideia de que o primeiro grupo desenvolve mais soft skills enquanto o segundo é mais das habilidades técnicas.
Mesmo em tom de brincadeira, essas dualidades nos fazem correr o risco de ignorar um fato essencial: o mercado de trabalho precisa das nossas humanidades.
Em 1998, o psicólogo e jornalista Daniel Goleman fez a seguinte afirmação quando falava de competências emocionais:
"Em uma época sem garantias de estabilidade no emprego, em que o próprio conceito de "emprego" está sendo rapidamente substituído por "habilidades portáteis", essas [as competências emocionais] são as qualidades primordiais que nos tornam e nos mantêm empregáveis."
Parece bastante atual, certo? Por isso, à medida que os anos passam e que novas tecnologias inteligentes surgem, não ter as habilidades tidas como 'de humanas', na verdade, pode se tornar um problema de carreira.
Um excelente conceito para pensar sobre isso é a “curva do robô”, de Marty Neumeier. De forma resumida, existe uma tendência de mercado de tentar otimizar o trabalho criativo e especializado, tornando-o cada vez mais processual e passível de automação. O resultado disso você já pode imaginar. Por isso, é preciso se antecipar a esses movimentos, ficando no topo da curva.
A curva do robô, segundo Marty Neumeier
Para vencer esse processo de robotização, Neumeier defende que precisamos cultivar o que ele chama de metaskills. São habilidades inerentemente humanas e muito relacionadas à criatividade - como ter empatia, usar a imaginação, aprender a aprender, entre outras.
Falar dessas habilidades não é um assunto novo e você provavelmente tem visto cada vez mais discussões sobre a importância de mostrar soft skills - ou habilidades socioemocionais - no seu trabalho ou em entrevistas de emprego. Por isso, mais do que trazer uma lista dessas habilidades que você precisa desenvolver, queremos te convidar a pensar em dois pontos:
Habilidades sociais e emocionais podem ser aprendidas e desenvolvidas assim como qualquer outra habilidade. Um discurso do filósofo inglês Alain de Botton pode te ajudar a entender melhor. (Vídeo, em inglês)
Soft Skills não estão à parte do trabalho técnico, mas sim potencializam as hard skills. Que tal começar a tratá-las com a mesma importância? O autor Andrea Iorio fala bastante sobre esse tema. (Texto, em português)
Ser “mais de humanas” não significa largar tudo pra vender sua arte na praia, mas sim trazer à tona e desenvolver conjuntos de habilidades que já fazem parte da sua bios e que podem se tornar seu grande diferencial, seja liderando um time, resolvendo problemas de forma criativa com tecnologia ou mesmo criando novas tecnologias que nos ajudarão a ter um futuro mais ético, sustentável - e, no fim das contas - mais humano.
Continuando a conversa...
É tudo sobre pessoas e para pessoas
“Quando falamos sobre soft skills, a gente está mudando da ideia de olhar para o que é técnico e começando a olhar para aquilo que são as pessoas, porque são elas que constroem o técnico e constroem as transformações”: é o que explica Mafoane Odara, psicóloga e Líder de RH na Meta, durante uma roda de conversa que também conta com outras especialistas no tema e pode gerar ótimas reflexões sobre como nossas humanidades atreladas ao trabalho têm potencial de gerar propósito e transformação social. Vídeo, em português.
Desenvolver soft skills assistindo Netflix
O conceito de experimentação da cultura pode mudar sua ideia sobre como devemos nos desenvolver. A autora Clara Cecchini escreveu sobre como nossas experiências com o entretenimento e a arte podem funcionar como dispositivos de aprendizagem autodirigida, em especial para as soft skills. Leitura, em português.
“É só pensar…”
Parece simples, mas a verdade é que a habilidade de pensar com clareza e senso crítico dificilmente é ensinada. Ao longo da vida, gastamos tempo porque não pensamos antes de ações e depois precisamos corrigi-las. O famoso retrabalho. Aprender a pensar é possível e, ironicamente, você precisa passar tempo pensando para desenvolver essa habilidade. Pense mais sobre isso lendo o artigo da Farnam Street. Em inglês.
1:1 | Seu momento de aprender com experts
Adalberto Silvestre, que é Partnership Manager no TikTok, explica porque soft skills são pré-requisito (e não um plus) para quem quer ser liderança.
"A pluralidade e acessibilidade de inúmeras soluções tecnológicas cria a falsa sensação de que a escolha da tecnologia correta é suficiente para alcançar o sucesso. Plataformas e hard skills são essenciais, sim, mas não são capazes de preencher lacunas relacionadas às interações e relações humanas. Ser uma liderança que inspira, por exemplo, ainda é um dos principais fatores na retenção de talentos. Além disso, os novos modelos de gestão são cada vez mais integrativos. Isso significa multiplicidade de perfis e atividades convivendo em um mesmo ambiente, que reforça que pessoas, independentemente do nível hierárquico e atividade, precisam trabalhar harmoniosamente em prol de um objetivo comum, em que conviver, saber ouvir, saber falar, dar feedback, ser colaborativo e assertivo se tornam tão ou mais valiosos que qualquer hard skill. Nós conseguimos aprender hard skills sozinhos em um quarto, já as soft skills só se desenvolve no exercício com os outros. Enquanto não vermos no outro uma escola, seremos profissionais que num dia podem valer milhões, mas no outro são totalmente substituíveis."
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O tal QI do mercado de trabalho é diferente por aqui.
Guilherme Melo, que é Gerente de Programas em Dados, indica o Analytics Power Hour, um podcast que vai te ajudar a evoluir sua capacidade analítica, esteja você em nível iniciante ou avançado nessa habilidade.
Se você quer entender melhor como nossa humanidade influencia em como conduzimos processos e relações no trabalho, indicamos um artigo que fala sobre vieses cognitivos e o impacto na pesquisa com usuários.
Sua dica de conteúdo pode estar nas próximas edições! É só enviar aqui.
Palavra dos dados
Nossa hora de pregar a palavra da mentalidade data driven para você.
93% é a quantidade de RHs que preferem que pessoas candidatas tenham soft skills bem desenvolvidas, mesmo que não tenham muito conhecimento técnico na área da vaga, segundo uma pesquisa feita no Brasil. Considerando isso, talvez seja hora de rever quanto tempo e esforço estamos gastando desenvolvendo apenas habilidades técnicas e o que estamos priorizando mostrar durante entrevistas e processos seletivos.
Oportunidades
Uma curadoria de vagas para acompanhar o mercado digital.
Diogo Morgado, que é Group Product Manager no Mercado Eletrônico, está em busca de Agile Masters e Desenvolvedores para embarcar em um desafio de transformação digital. Se interessou? Você pode falar com ele pelo LinkedIn.
A Cielo está com vagas para pessoas de Produto que tenham experiência em rotinas de pesquisa, discovery e análise de dados. Quem se interessar pode chamar a Kati Freitas no LinkedIn.
Terminamos por aqui, refletindo sobre humanidades e querendo rever O Homem Bicentenário. Se você lembrou de pessoas da sua comunidade que também precisam pensar sobre os temas que falamos, não perca a chance de continuar a conversa enviando esta edição.
Como você sai?
Uhul, amei!
Ah, curti...
Podia ser melhor.
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